Desempenho relacionado à distribuição dos parlamentares pelas unidades
da federação é o pior desde 1998, quando o partido estava na oposição.
Derrota em Pernambuco se destaca, perderam ainda a eleição majoritária
para o governo do estado e para senado
Foto: Agência Câmara
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Fonte: Congresso em Foco
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DESEMPREGADOS - João Paulo e Fernando Ferros, deputados federais do PT
de Pernambuco, atuando junto no congresso, agora reunidos na fila dos
sem mandatos
O resultado das urnas deixou para o PT uma série de marcas negativas na
formação da bancada da Câmara dos Deputados. Além da queda no número de
parlamentares eleitos desde 2010 e da diminuição na quantidade de votos,
a legenda viu sua capilaridade nos estados diminuir a um padrão comum
aos tempos em que era oposição.
Entre 2002 e 2010, os deputados petistas representavam quase todo o
país. Mas, nas eleições deste ano, o PT não foi capaz de eleger um único
deputado em seis estados da federação. As populações de Amazonas,
Pernambuco, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte e Tocantins
rejeitaram todas as opções apresentadas pelo partido do ex-presidente
Lula para a Câmara Federal.
Chama a atenção a derrota dos petistas em Pernambuco, que tinha quatro
representantes na Câmara e não elegeu nenhum em 2014. A hegemonia no
Estado atualmente está nas mãos do PSB, comandado até pouco tempo pelo
ex-governador Eduardo Campos. O PSB de Pernambuco elegeu oito deputados
federais, entre eles nomes muito ligados ao ex-governador.
Os petistas pernambucanos são presença constante na Câmara desde 1998,
quando a legenda tinha apenas um deputado, Fernando Ferro, que não
conseguiu a reeleição este ano após quatro mandatos consecutivos.
Fernando Ferro justifica o desempenho decepcionante do partido elencando
três questões determinantes: a morte de Campos, que foi explorada pela
coligação adversária; a falta de atenção do ex-presidente Lula; e a
guerra interna do partido, que perdura desde que o PT deixou a
Prefeitura do Recife.
Em Pernambuco, o PT perdeu também a eleição majoritária, o candidato ao
Senado pelo PT, o ex-prefeito do recife, João Paulo, não conseguiu se
eleger, assim como o senador Armando Monteiro (PTB), apoiado pelo
partido, falhou na eleição para o governo estadual. João Paulo
atualmente é deputado federal, e como foi derrotado na eleição de
senador, não voltará ao Congresso em 2015.
No Rio Grande do Norte, a única representante do PT nas três últimas
legislaturas é a deputada Fátima Bezerra, que se elegeu no domingo (5)
para o Senado Federal. O estado ficará sem representante do PT na
bancada de deputados.
Rondônia tem atualmente na bancada dois petistas que não conseguiram se reeleger: Padre Ton e Anselmo de Jesus.
No caso de Roraima, desde que a senadora Ângela Portela deixou a Câmara
dos Deputados nenhum petista se elegeu. No Tocantins mesmo com a
ascensão do ex-presidente Lula ao poder em 2002, seu partido não
conseguiu fazer representantes do estado na Câmara dos Deputados.
Quando o partido conseguiu a Presidência da República pela primeira vez,
em 2002, foram eleitos 91 deputados em 24 unidades da federação.
Naquela eleição, carregada de um sentimento de mudança, o partido só não
elegeu deputados em Alagoas, no Amazonas e em Roraima.
Quatro anos depois, depois de atravessar a descoberta do escândalo do
mensalão, o PT elegeu 89 parlamentares. Somente Sergipe ficou sem
representante da legenda naquele ano. Em 2010, a legenda conseguiu 86
cadeiras em quase todos os estados, com exceção de Alagoas, Mato Grosso e
Roraima.
O PT não ficava sem representação em tantos estados desde 1998, quando
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se reelegeu presidente. Na época na
oposição, a bancada petista era a quinta maior da Câmara, com 59
deputados. Das 27 unidades da federação, oito não tinham eleito
petistas.
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