O governo Dilma
Rousseff gastou além de sua arrecadação pelo quinto mês consecutivo, e o
Tesouro Nacional agora acumula até setembro um deficit inédito em duas
décadas. No mês passado, as despesas com pessoal, programas sociais,
investimentos e custeio superaram as receitas em R$ 20,4 bilhões, o
maior valor em vermelho já contabilizado em um mês. Com isso, o
resultado do ano passou de um saldo fraco para um rombo de R$ 15,7
bilhões. Em outras palavras, o governo federal teve, de janeiro a
setembro, deficit primário, ou seja, precisou se endividar para fazer os
pagamentos rotineiros e as obras de infraestrutura. Nas estatísticas do
Tesouro, é a primeira vez que isso acontece por um período tão longo
desde o Plano Real, lançado em 1994 -os dados anteriores são distorcidos
pela hiperinflação e não permitem comparações apropriadas. A
deterioração das contas federais começou em 2012, quando o governo
acelerou seus gastos na tentativa de estimular a economia, e o
descompasso entre receitas e despesas se agravou neste ano eleitoral. As
primeiras, prejudicadas pela debilidade da indústria e do comércio,
tiveram expansão de 6,4% até o mês passado; as segundas, de 13,2%. A
escalada dos gastos neste ano é puxada pelos programas sociais
-especialmente em educação, saúde e amparo ao trabalhador- e pelos
investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
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