sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Em depoimento no júri, Jorge Negromonte confessa que matou Jéssica e que comeu carne da vítima


O réu Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52 anos, primeiro acusado a prestar depoimento no julgamento dos canibais, confessou o crime e, pela primeira vez, se disse arrependido do assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17, que aconteceu em 2008. O júri acontece no Fórum de Olinda, na Grande Recife, onde também estão sendo julgados pelo mesmo crime Isabel Cristina Torreão Pires, 53, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 28. Além de matar e esquartejar, eles são acusados de comer a carne da vítima. "Foi um erro muito grave, monstruoso. Me arrependo muito", disse Jorge. Diante do júri, ele ainda confessou o ato de canibalismo, mas afirmou que nunca vendeu salgados como coxinha ou empada com carne das vítimas, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, para onde o trio se mudou após o assassinato. 
Olhando atentamente para a juíza Maria Segundo e bastante lúcido, o réu disse ainda que foi um momento de extrema fraqueza e brutalidade. Questionado pela magistrada se houve apenas três homicídios, Jorge afirmou que sim. A resposta causou indignação na plateia. O salão do júri está lotado. O delegado Paulo Berenguer, que conduziu o inquérito, afirmou mais cedo, em seu depoimento, que o trio planejava mais assassinatos.
"Esta seita, na realidade, foi algo criado por mim, Bel (Isabel) e Bruna. Há muito tempo eu tinha falado isso com uns amigos para ajudar as pessoas, mas ficou só na vontade. Foi quando eu decidir fazer este trabalho só com as duas", revelou. 
A juíza perguntou se Jorge tinha algo a acrescentar em seu depoimento e ele apenas pediu para fazer uma oração. Com o consentimento, o réu fechou os olhos e pediu perdão a Deus e aos familiares da vítima. 

Veja na íntegra o interrogatório:

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