sábado, 15 de março de 2014




'Eu não sinto sono', revela artista do PI 



que há 50 anos sofre com insônia


No Dia Mundial do Sono, G1 entrevistou pessoas que têm problemas.
Segundo a OMS, distúrbios do sono afetam 30,5% dos brasileiros.

Catarina CostaDo G1 PI

O artista plástico piauiense Fabiano Campos, 71 anos, há 50 anos sofre com a falta de sono. Ele faz parte de uma estatística da Organização Mundial de Saúde (OMS) que revela que 30,5% dos brasileiros sofrem com algum tipo de distúrbio. Nesta sexta-feira (14), dia em que é comemorado o Dia Mundial do Sono, o G1 ouviu relatos de pessoas que têm dificuldades para dormir.
Fabiano Campos declara que sofre com a falta de sono há 50 anos (Foto: Arquivo Pessoal)Fabiano Campos declara que sofre com a falta de sono há 50 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
No caso de Fabiano, o problema surgiu quando ele ainda morava no Rio de Janeiro e resolveu começar tratamento para emagrecer com um médico argentino."Foi uma questão de estética, pois não era gordo, vestia tamanho 42, mas era moda e então decidi tomar as pílulas recomendadas pelo médico. Nas primeiras semanas eu me sentia mal, mas realmente o remédio estava fazendo efeito e perdi uns 18 quilos. No entanto, a medicação começou a tirar o meu sono, não reclamava pois trabalhava muito e ficar acordado era melhor para mim", recordou.
O artista comenta que tempos depois descobriu que as pílulas para emagrecer eram afetamina e durante a semana passava dois dias acordados, que eram recompensados no fim de semana, onde ele dormia sábado e domingo diretos. "A falta de sono me deixava irritado, revoltado às vezes. Fiz acupuntura por conta de outro problema de saúde que tive.Tentaram também normalizar o meu sono e não conseguiram, Então procurei um especialista que me passou remédio para dormir e desde lá não parei mais de tomar o medicamento", contou.
Artista piauiense mostra a quantidade de remédios que toma por dia (Foto: Arquivo Pessoal)Artista piauiense mostra a quantidade de remédios
que toma por dia (Foto: Arquivo Pessoal)
Fabiano brinca com o seu problema ao declarar que 'não sente sono nunca' e quando esquece de tomar o remédio consegue até cochilar até às 23h e depois passa a madrugada acordado. Além da pílula para dormir, Fabiano toma mais 13 remédios para doenças como diabete e pressão alta.  "Eu não tenho sono nunca, levo até no bom humor isso, mas já me acostumei", declarou.
Jovem Flávio Eugênio conta como é sofrer com apneia do sono com 28 anos (Foto: Arquivo Pessoal)Jovem Flávio Eugênio conta como é sofrer com
apneia com 28 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Outro que sofre com distúrbio do sono é o jovem Flávio Eugênio, de 28 anos. Ele foi diagnosticado em 2000 com apnéia, que é uma obstrução da via aérea ao nível da garganta quando a pessoa dorme. Após sentir muita sonolência durante o dia, além das constantes reclamações de amigos por causa do seu ronco, Flávio decidiu procurar um especialista em medicina do sono.
"Eu tinha que trabalhar na base do café para me manter acordado. Meus amigos e familiares falavam que eu fazia muito barulho quando dormia. Então decidi procurar ajuda. Além do excesso de peso, a minha faringe ficava fechada o tempo todo e segundo a médica isso contribui para a apnéia", relatou.
Para amenizar o distúrbio, a otorringolorogista receitou ao jovem o uso do CPAP (sigla em inglês para Continuous Positive Airway Pressure), uma máscara utilizada para desobstrução das vias aéreas durante o sono. Ele lembrou que a médica também indicou uma endocrinologista para tratamento de emagrecer, mas ainda não procurou a especialista. "Comecei a fazer boxe para perder peso. Sei que para deixar de usar o CPAP terei que emagrecer", disse.
Tratamento
O neurologia Marcos Sabry destacou que os quatros distúrbios do sono mais comuns são: insônia, apnéia, distúrbio ritmo sicardiano e síndrome das pernas inquietas. Para o especialista, o excesso de trabalho e desregularização do sistema biológico são os principais fatores que contribuem para adquirir problemas relacionados ao sono.
Ao contrário do que muitas pessoas acham, o médico explicou que o uso de remédio para dormir não é o tratamento mais indicado e pode até agravar o sintoma. "Distúrbios não precisam de medicamentos, apenas uma coordenação do horário e no caso da apnéia o uso de aparelho que ajuda na desobstrução. O único caso que possivelmente pode se utilizar medicação é o da síndrome das pernas inquietas, em que é feito uma avaliação para saber se a causa está relacionada à anemia e para isso passa-se um remédio para aliviar os sintomas", destacou.
Marcos Sabry ressaltou que cada pessoa tem a sua necessidade de sono, não dormir a menos ou mais para que não fique sonolento. "É preciso ter um horário regulado para que acorde disposto e sem dificuldade", disse.


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