Equipamentos para transposição do São Francisco estão sucateados

Obra da transposição

Iniciada em 2007, a obra de transposição do Rio São Francisco estava planejada para ser finalizada em 2012. Entretanto, o que se vê ainda são equipamentos sucateados e pouca coisa feita. Quase R$ 1 bilhão em materiais como válvulas, bombas, tubos e comportas estão armazenados de forma imprópria, com risco de que as danifiquem antes mesmo do início do seu funcionamento.

A obra foi iniciada sob o comando do presidente do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima, que esteve à frente do Ministério da Integração até 2010. Além do projeto de transposição do Rio São Francisco, outras obras iniciadas por Geddel estão paradas, como os projetos de irrigação Baixio de Irecê e Salitre, em Juazeiro.

De acordo com publicação da Folha de S. Paulo deste sábado (6), o material está no chão ou em locais sem proteção, com risco de ratos, aves e insetos estarem fazendo ninhos em máquinas que custam mais de R$ 10 milhões.

O Tribunal de Contas da União realizou inspeção no local e constatou o abandono. Alguns dos equipamentos estão guardados há quase quatro anos. O órgão também já apontou sobrepreço nas obras, orçado em R$ 4,5 bilhões, em 2007, e que hoje chega a quase R$ 8 bilhões.

Geddel foi convidado pelo ex-presidente Lula para assumir Integração Nacional

Os equipamentos estão sem armazenamento adequado, pois os contratos previam que seriam utilizados em 2010. Eles foram comprados por outras companhias diferentes das construtoras, que não são as responsáveis pelo armazenamento. As empreiteiras responsáveis pela montagem das peças acabaram por guarda-los, porém, de forma indevida.

Em um relatório fotográfico, obtido pela Folha, há equipamentos eletrônicos guardados sob um telhado de um posto de combustível, que virou canteiro de obras. Em outra foto, uma unidade hidráulica que bombeará água do eixo leste está completamente tomada por excrementos de aves.

De acordo com o TCU, o Ministério da Integração – responsável pela obra – já foi notificado, mas não tomou nenhuma providência. Porém, a pasta disse que não poderia se manifestar porque não foi notificada pelo TCU. (Bocão News)