Houve um tempo
em que só havia duas categorias de países: os “desenvolvidos” e os
“subdesenvolvidos”. Na década de 50, o demógrafo francês Alfred Sauvy
dividiu o mundo em três: o ‘primeiro mundo’, pujante e capitalista; o
‘segundo’, composto pelas nações comunistas; e o ‘terceiro’, integrado
pelos pedaços pobres e atrasados do mapa. Nessa época, ‘primeiro mundo’
virou selo de qualidade no Brasil.
Se um serviço
era bom, dizia-se que era de ‘primeiro mundo’. Se uma empresa fazia
sucesso, era de ‘primeiro mundo’. O sumiço do ‘segundo mundo’ levou à
adoção de nova classificação. O Brasil migrou do ‘terceiro mundo’ para a
categoria de ‘país emergente’. Não é mais tão pobre. Mas ainda não
virou 'desenvolvido'. Numa área, porém, o Brasil já chegou lá: a
corrupção.
A corrupção
brasileira tornou-se um empreendimento transnacional. Nesta semana,
foram à Suíça procuradores e promotores brasileiros que cuidam do caso
do cartel que fraudou licitações do metrô e dos trens de São Paulo.
Obtiveram do Ministério Público suíço o compromisso de compartilhamento
de dados bancários e de processos criminais abertos contra agentes
públicos que receberam por baixo da mesa, sob governos do PSDB, propinas
das multinacionais Alstom e Siemens.
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