sábado, 6 de dezembro de 2014

Corrupção brasileira é coisa de primeiro mundo



Houve um tempo em que só havia duas categorias de países: os “desenvolvidos” e os “subdesenvolvidos”. Na década de 50, o demógrafo francês Alfred Sauvy dividiu o mundo em três: o ‘primeiro mundo’, pujante e capitalista; o ‘segundo’, composto pelas nações comunistas; e o ‘terceiro’, integrado pelos pedaços pobres e atrasados do mapa. Nessa época, ‘primeiro mundo’ virou selo de qualidade no Brasil.

Se um serviço era bom, dizia-se que era de ‘primeiro mundo’. Se uma empresa fazia sucesso, era de ‘primeiro mundo’. O sumiço do ‘segundo mundo’ levou à adoção de nova classificação. O Brasil migrou do ‘terceiro mundo’ para a categoria de ‘país emergente’. Não é mais tão pobre. Mas ainda não virou 'desenvolvido'. Numa área, porém, o Brasil já chegou lá: a corrupção.

A corrupção brasileira tornou-se um empreendimento transnacional. Nesta semana, foram à Suíça procuradores e promotores brasileiros que cuidam do caso do cartel que fraudou licitações do metrô e dos trens de São Paulo. Obtiveram do Ministério Público suíço o compromisso de compartilhamento de dados bancários e de processos criminais abertos contra agentes públicos que receberam por baixo da mesa, sob governos do PSDB, propinas das multinacionais Alstom e Siemens.

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