
Os Estados
Unidos começaram a atacar alvos jihadistas no Iraque com o bombardeio a
artilharias móveis dos extremistas do Estado Islâmico no Norte do país,
informou o Pentágono nesta sexta-feira. Os ataques aéreos ocorreram nos
arredores da cidade de Irbil, a capital do Curdistão iraquiano, de onde
os jihadistas estavam lançando ofensivas contra as forças curdas,
afirmou um funcionário do governo americano.
De acordo com o
comunicado do Pentágono, dois aviões militares F/A 18 lançaram bombas
de 226 quilos de alta precisão, guiadas a laser, sobre uma peça de
artilharia móvel dos rebeldes perto Irbil. O porta-voz do Ministério
americano da Defesa, almirante John Kirby, disse que o Estado Islâmico
tem usado o armamento para atacar forças curdas posicionadas perto da
capital curda, onde estão instaladas equipes dos EUA.
O secretário de
Defesa americano, Chuck Hagel, afirmou que os militares dos EUA têm
dados de inteligência suficientes para isolar os militantes islâmicos e
lançar ataques aéreos eficazes, se eles ameaçarem os interesses do país
ou dos milhares de refugiados que fugiram para uma montanha próxima.
Hagel também ressaltou que mais de 60 dos 72 pacotes de comida e água
jogadas por aeronaves chegaram às minorias religiosas iraquianas que
fogem dos extremistas do EI.
O ataque marca a
segunda fase da operação autorizada pelo presidente Barack Obama, na
quinta-feira, contra o avanço do EI. Obama autorizou o envio de ajuda
humanitária, em uma primeira fase, e o apoio de aviões de guerra
americanos para evitar ainda mais o avanço dos jihadistas na região
controlada pelos curdos. O anúncio ocorreu depois de uma reunião de
emergência do Conselho de Segurança da ONU convocada pela França.
O presidente
americano, no entanto, disse que não iria enviar tropas dos EUA de volta
ao Iraque. Obama fez questão de tranquilizar um público cansado da
guerra que, após tirar as forças americanas do país no final de 2011,
não tinha a intenção de travar outra guerra em solo no local. Mas
ressaltou que as recentes conquistas dos rebeldes islâmicos desafiaram
suas previsões e aspirações anteriores.
— Eu não vou
permitir que os Estados Unidos sejam arrastados para outra guerra no
Iraque — afirmou Obama em seu discurso na noite da quinta-feira.
CONTROLE DA MAIOR REPRESA DO PAÍS
Os jihadistas
do Estado Islâmico assumiram o poder da maior represa do Iraque, na
cidade de Mossul, informou nesta sexta-feira um porta-voz das forças
curdas, que controlavam a instalação até o momento. Com a ofensiva, os
extremistas terão a possibilidade de controlar o fornecimento de água e
eletricidade em uma ampla área do país. Além disso, a abertura das
comportas poderia alagar vastas áreas do país. Com a aproximação dos
rebeldes à cidade de Irbil, capital do Curdistão iraquiano, companhias
de petróleo começaram a retirar seus funcionários da região.
A instabilidade
política no país também se agravou nos últimos dias. Nesta sexta-feira,
o principal clérigo iraquiano, o aiatolá Ali al-Sistani, afirmou que os
políticos que se agarram a seus postos estão cometendo um “grave erro”.
A declaração aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro Nuri al-Maliki
para deixar sua candidatura para um terceiro mandato.
Em seu sermão
semanal, Sistani pediu aos líderes do Iraque que escolham um premier que
possa acabar com a crise de segurança instaurada pelos rebeldes do
Estado Islâmico. (O Globo)
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